O temeroso presidente salvo

Tivemos nesta semana a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. E com 263 votos favoráveis e 227 contra, a Câmara aprovou o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) que recomendava rejeitar a denúncia contra Temer. E, ao contrário da votação da ex-presidente Dilma, agora os deputados tinham que votar no “não” para dar prosseguimento ao processo.

Ficamos livres de termos nosso 3º ou até mesmo 4º presidente em um prazo pouco maior que 1 ano. Aliás, muitos deputados votaram no “sim” com a justificativa de “manter a estabilidade política”, acabando com os votos “pela família” da época da Dilma.

A Câmara decidiu manter na presidência um pessoa ficha-suja, inelegível, condenado pelo TRE-SP por ter feito doações ilegais, e acusado de corrupção passiva. E tudo pela estabilidade política.

Uma pessoa que é acusada de cometer um crime deve ser julgada pela justiça, e durante o julgamento são apresentados os argumentos de acusação e defesa. Nossos deputados decidiram que o acusado não deve ser investigado no momento, somente depois que acabar o atual mandato.

Por pior que seja a situação, eu prefiro passar mais um ano e meio vivendo na instabilidade política do que ter como presidente alguém que não tem a menor condição ou moral para ocupar o cargo. Todo acusado deve ser investigado o quanto antes, e a justiça não pode demorar em julgar. Não é isso o que a gente sempre pede? Ficar na expectativa é pior do que viver na realidade.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *